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sexta-feira, 25 de junho de 2010

O Candomblé de ANGOLA

O Candomblé é uma religião africana trazida pelos escravos negros para o Brasil, no final do século XVI (aproximadamente de 1700 à 1850), quando chegaram os primeiros navios negreiros, e aqui foi cultuada com total diferença de seu habitat natural, há onde ocorriam manifestações que eram específicas de cada região, que resultavam até em diferenças de culto, onde os mesmos Mikisi (Orixás) possuíam nomes absolutamente diferentes que variavam de região para região. E desenvolveu-se aqui de maneira própria.

Pesquisadores afirmam ter havido na África mais de 600 deuses, chegando aqui aproximadamente 50, e embora não seja de concordância de muitos, 16 são os mais conhecidos.

Essa discordância se dá devido a não existência de registros oficiais, porque dentro desta cultura tradicionalista sempre foi, e é até hoje, passado oralmente de geração pra geração, preservando os segredos do culto especialmente para os seus Sacerdotes e Sacerdotizas.

Não sendo encontrado obra sobre os mitos Nigerianos, Angolanos, entre outros Africanos, os estudiosos Europeus e Americanos, escreveram tudo que pesquisaram junto aos Sacerdotes, de acordo com aquilo que eles foram lhes revelando, dentre várias viagens feitas por estes pesquisadores, entre Nigéria, Angola e Brasil, mais especificamente Salvador/Bahia, onde muitos descendentes negros africanos permaneceram fiéis as crenças de seus antepassados, comemorando durante as maravilhosas cerimonias os seus sagrados rituais.

Hierarquia

Hierarquia
Cargos da Casa (Kijingu)

Funções e Cargos no Candomblé de Angola e Kongo

Acrescento aqui informações que tenho em mãos, vindas de livros e apostilas que ganhei de minha finada Nengüa Namboazaze, juntamente com informações orais de dentro do próprio barracão que fui criada, de pesquisas que apurei, discussões em congressos e da própria internet, as quais não me responsabilizo por comportar várias contradições dialéticas.
Tentarei colocar da melhor forma possível no intuito de melhor entendimento, principalmente para os leigos e simpatizantes de nossa Raiz.
Seguimos então com os termos utilizados dos Cargos Máximos e reconhecidos, dos “mais velhos para os mais novos”:

■Nengüa – Sacerdotisa (Kongo) /Mãe de Santo velha
■Nganga – Sacerdote (Kongo) /Pai de Santo velho
■Kimbanda – Feiticeiro
■Mama – Mãe (Kimbundu)
■Tata – Pai (Kimbundu)
■Mam’etu Ria Mukixi – Sacerdotisa no Angola/Bantu
■Mama Mukixi/ Mam’etu Nkisi (Inquice) ou Inquiciane – Minha ou nossa Mãe de Santo
■Tat’etu Ria Mukixi – Sacerdote no Angola/Bantu
■Tata Mukixi/ Tat’etu Nkisi (Inquice) ou Inquiciane – Meu ou nosso Pai de Santo
Cargos principais utilizados e concedidos pelos cargos acima:

■Tata Nganga – Pai feiticeiro
■Kutala – Herdeiro da casa
■Tata ou Tat’etu Ndenge – Pai pequeno
■Mama ou Mam’etu Ndenge – Mãe pequena
■Tata Kambondo/Kambono/Kambundu – Título consagrado aos “homens” que não incorporam, não entra em transe e são responsáveis por várias funções de alta confiabilidade divididos em cargos com
■Tata Nganga Lumbitu/Lumbido – Guardião das chaves do Inzó Nzó (Casa de Santo)
■Tata Utala – Responsável pelo altar
■Tata Pokó – Consagrado para sacrifícios ou imolações ao Nkisi Nkosi
■Tata Kivonda/Kivanda – Consagrado para sacrifícios ou imolações a outras divindades
■Tata Msaba (Umsaba)/ Kisaba – Consagrado a todas as funções ligadas as folhas
■Tata Kanzumbi/Nzó Vumbi – Responsável pelo Mukondo (Ritual fúnebre), guardião dos antepassados cultuados no Inzó/Nzó (Casa de Santo/Barracão), carregos e despachos de ebós
■Tata Ngimbi/Njimbidi – Cantador
■Tata Kuxika ia Ngombe – Tocador (Kongo)
■Tata Muxiki – Tocador (Angola)
■Tata Mulonji – Especialmente os filhos do Nkisi Katendê é o responsável pelo encantamento das folhas e cabaças
■Kambondo Mabaia – Responsável pelo barracão
■Tata Mavambu – Filho de Santo, homem, que cuida da casa de Exu. É importante frisar que deve ser pessoa de extrema confiança, e a mulher só deverá cuidar deste espaço sagrado, após menstruar e já esteja na menopausa.
■Mama ou Mam’etu Mukamba – Mulher com mais idade, responsável em cozinhar no barracão, e que de preferência não menstrue mais.
■Mam’etu Ndemburu – Mãe criadeira da casa
■Mama ou Mam’etu Kusasa – Mãe criadeira
■Kota – Mulher que não entra em transe de incorporação. Em outras nações conhecida também como Ekedi (Ekeji).
■Kota Mbakisi – Responsável pelas divindades
■Hongolo Matona – Especialista nas pinturas corporais
■Kota Ambelai – Cuida e atende os iniciados
■Kota Kididii – Toma conta de tudo e mantém a paz
■Kota Rifula – Responsável em preparar as comidas sagradas
■Kota Mutintá – Responsável pelo preparo das tintas sagradas
■Mosoioio – Os (As) mais antigos (as).
■Kota Maganza – Título das pessoas acima de 21 anos de obrigações.
■Munzenza ou Muzenza – Iniciados
■Mona Nkisi – Filho (a) de Santo
■Mona Muhato wá Nkisi – Filha de Santo (Mulher)
■Mona Diala wá Nkisi – Filho de Santo (Homem)
■Uandumba – Pessoa em sua fase iniciatória
■Ndumbe – Pessoa não iniciada
Ordem do Barco
(Dizungu Nlungu)

■01º Munzenza: Kamoxi Rianga ( Kadianga)
■02º Munzenza: Kaiai Kairi
■03º Munzenza: Katatu Kairi
■04º Munzenza: Kakuãna Kauanã
■05º Munzenza: Katanu
■06º Munzenza: Lusamanu
■07º Munzenza: Kasambuadi
■08º Munzenza: Kanaké
■09º Munzenza: Kavua
■10º Munzenza: Kakuinhi

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